Em comemoração aos 150 anos da imigração italiana no Espírito Santo, a 15ª edição da Expedição Tropeira traz como tema a “Rota da Imigração”. O evento tem como objetivo refazer o caminho percorrido pelos imigrantes italianos ao chegarem ao Estado, subindo as Montanhas Capixabas pelo Rio Benevente. É esperada a participação de mais de 30 pessoas de três Estados (ES, MG e RJ) e de 17 municípios diferentes, o que promete ser uma experiência marcante.
Seguindo a tradição da primeira edição, há 14 anos, a tropa partirá de Anchieta, cidade litorânea localizada na região Sul do Espírito Santo. A jornada estimada de 200 km terá início em 11 de junho, no Santuário Nacional de São José de Anchieta, com a primeira pernoite em Simpatia, interior de Alfredo Chaves, e a segunda, na sede do mesmo município.
Na sequência, a Expedição seguirá em direção a Santa Maria do Araguaya (Marechal Floriano), rumo a Alto Jucu (Domingos Martins). O trajeto subsequente incluirá as localidades de Cristo Rei e Barcelos, também situadas no município de Domingos Martins.
Por fim, na tarde de 17 de junho, terceiro dia da Feira Estadual de Turismo Rural (RuralturES 2023), a Expedição Tropeira chegará ao Centro de Eventos Padre Cleto Caliman, o “Polentão“, em Venda Nova do Imigrante. A chegada da tropa é uma das atrações aguardadas pelo público da Feira, que acontecerá de 15 a 18 de junho, com entrada gratuita.
Um dos coordenadores da Expedição Tropeira, Marco Grillo explica que a ideia é a cada ano resgatar os caminhos históricos do Espírito Santo por meio da tropa. “Realizamos a primeira edição em Anchieta com outro propósito. Este ano, o Sebrae/ES propôs a ‘Rota da Imigração’ como um novo produto turístico“.
José Nildo Fabre, o “Pelé”, outro coordenador, destaca a importância de retornar a Anchieta após 14 anos. “Será incrível sair de Anchieta novamente. Nós que participamos da primeira edição e outros que se juntaram depois estamos ansiosos. Quando saímos na primeira, o padre José de Anchieta ainda não havia sido canonizado santo“, diz sobre o período anterior a 2014, ano em que o Vaticano declarou santo o beato.
O superintendente do Sebrae/ES, Pedro Rigo, informa que a entidade trabalha para viabilizar o projeto “Rota da Imigração” como uma rota comercial para fazer o turista viver as experiências que as famílias de imigrantes europeus viveram no passado no Estado.
Em 2024, o Espírito Santo festejará os 150 anos da imigração italiana, por isto em junho a Expedição Tropeira fará a estreia do novo projeto de experiência do Sebrae/ES, revivendo a chegada desses imigrantes ao Porto Benevente, passando por Alfredo Chaves, seguindo para Araguaya e chegando até Venda Nova. “Sabemos que eles diversificaram seus caminhos, mas comercialmente iremos buscar um traçado que irá proporcionar essa experiência da imigração”.
Ainda segundo Rigo, essa experiência terá como um dos pontos chave a chegada a Venda Nova, sede da RuralturES, onde atrativos ao turista serão preparados para recebê-lo, como por exemplo, uma casa típica de tradição italiana que será montada para compor essa rota. “Ano que vem serão celebrados os 150 anos da imigração no Espírito Santo. Estamos preparando vários momentos para celebrar este momento histórico e a Rota da Imigração é uma dessas novidades”.
A Feira- A RuralturES é uma realização do Montanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau com correalização do Sebrae/ES, Prefeitura Municipal de Venda Nova do Imigrante), Governo do Estado (Secretaria de Turismo e Secretaria de Desenvolvimento) e Aderes, apoio do Senac e Senar e patrocínio do Sicoob.
Mais uma vez a temática do turismo de experiência promete envolver o público com novidades na agroindústria, agroturismo, artesanato, turismo de aventura, cafés especiais, cervejarias artesanais, gastronomia, cultura, entre outros. Trata-se de uma tendência que vem ganhando cada vez mais força no Brasil e no mundo.
Importância histórica:
SANTUÁRIO NACIONAL SÃO JOSÉ DE ANCHIETA
O Santuário Nacional São José de Anchieta é composto por um conjunto de estruturas arquitetônicas, incluindo a Igreja de Nossa Senhora da Assunção, o Museu Nacional São José de Anchieta e a Cela (quarto do “Apóstolo do Brasil”). Construído no século 16, o museu exibe móveis antigos, artefatos arqueológicos, vestimentas e outros objetos religiosos e históricos de valor, que abrangem desde o século 16 até os dias atuais. Na Cela de São José de Anchieta encontra-se uma relíquia de um dos seus ossos. O museu está aberto diariamente para visitação das 8h às 18h.
O santuário católico é dedicado ao culto de São José de Anchieta e engloba o complexo jesuíta formado pela Igreja de Nossa Senhora da Assunção e pela antiga residência dos jesuítas adjacentes, ambos declarados Monumentos Nacionais desde 1943. O local inclui um museu, um sítio arqueológico, uma biblioteca especializada e um centro de documentação. O santuário também conta com um centro interpretativo que ilustra o papel e o trabalho do “Apóstolo do Brasil”.
MEMÓRIA VIVA – CASARIOS – (QUARENTENA)
Em Anchieta, sobrevivem ainda casas e prédios seculares. Cita-se, como exemplo, o velho casarão que, com suas inúmeras janelas e diversos cômodos, foi sede da Fazenda São Martinho, onde se plantava café e serviu de alojamento para os colonos imigrantes, desembarcados em Benevente. Os imigrantes ficavam de quarentena nesse casarão, sob observação, para curarem as doenças contraídas durante a longa viagem para o Brasil ou para que as autoridades da Vila pudessem verificar se eles estavam em boas condições de saúde a fim de entrarem no Espírito Santo, seguindo viagem para as terras do Vale do Rio Benevente
Várias dessas casas e sobrados, que formam o patrimônio histórico de Anchieta, estão no velho centro da cidade ou na área do porto (*Fonte: Prefeitura de Anchieta).